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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

um terço do meu ser

Não, eu não desejo chamar a atenção de um jeito desesperado.
Pouco me importa se me notarem, mas aos que notam, em sua maioria, acredito que não seja pelos motivos certos.
Acredito que a camada externa do meu eu, aquela que se permite perceber e que faz parte da grande peça teatral chamada viver em sociedade, é um tanto quanto confusa e simplória.
Além da minha estatura, meu cabelo e as caras e bocas pras fotos que retratam muitas vezes um eu bem humorado e sereno, ouso concluir que há quem diga que ser um palhaço triste tenha lá sua graça.
A melancolia que me consome não vem do meu descontentamento com a vida, posto que sou apaixonado por ela, tentado a dizer que cada milésimo de segundo que eu respiro é um agradecimento por tal dádiva.
A melancolia me parece fazer parte de mim, um traço da minha personalidade, a forma de ver o quanto as coisas são bonitas é saber que são efêmeras.
Aqui permaneço (correndo o risco de usar sinônimos e até pleonasmos), receptivo, aberto, propício a aqueles que olhem pra mim além das minhas retinas, que enxergam a energia que flui das minhas entranhas, que compartilhem a forma como eu enxergo o mundo e que estejam dispostos a se doar em afeto e cuidado pra fazer valer a existência de um homem intenso atrás do rosto de um homem ousado, afinal, minha inteligência não é escolha e não me permite compartilhar das futilidades necessárias para ser considerado “normal’.

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