sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Minha viagem

E eu ainda observo através dos vidros,  não importa quanto tempo isso já é faz,  sinto como se fosse durar para sempre... 
Em tempos de inverno, eu sopro e vejo o embaçar do ar quente que sai da minha boca,  fazer tudo ficar cinza.
Passando os dedos e nada,  logo minha visão se perde em meio às emoções,  lágrimas caem e me deixo levar. 
Nada além de alguns minutos só...  Eu desafio ver as estrelas,  ver o brilho delas.  Eu  me desafio a comparar tudo que reluz ao brilho do seu olhar.
Ainda sentado,  brincando de desenhar você no ainda vidro acinzentado...  Peço perdão por meus próximos movimentos.  Sei que alguns tragos mais tarde já não serei mais eu. Então pego a caneta, que teima em falhar,  um papel em branco todo amassado,  como se soubesse que ali seria escritos minhas últimas vontades.
- Anjo...  Eu sei que estás por aí,  te digo que lutar essa luta sozinho,  não foi fácil. Meus fantasmas sempre estão por perto,  sob juramento à mim  mesmo,  resolvi tentar um novo modo de "viver"  meu pesadelo cotidiano. Chamei - os  para uma última dança,  um  jogo de azar...  E simplesmente sinto que não estarei  por aqui,  quando a primavera voltar,  todos os desenhos já terão desaparecidos ...  Haverão novas vidraças...  Mas já estarei em repouso absoluto,  ao menos espero poder "matar essa dor". Minhas asas se quebraram  e não voltarei ao paraíso. Desculpe...  Vou andando,  aliás,  eu sigo o caminho das estrelas,  ouros e coroas...  Estarei no jardim secreto. 

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