sexta-feira, 31 de maio de 2013

café da manha



Então aqui estou eu, sentado na mesa do café, numa cadeira vaga, olhando enquanto o bule esquenta a água, respirando um novo dia com aquele cheiro que só o aroma do café moído tem.
Os pires estão em seu devidos lugares, os talheres também, tem o pão francês, o pão caseiro, salgados variados, o bule apita e pronto, os óculos do vovô podem embaçar outra vez, enquanto papai lê seu jornal, mamãe põe manteiga no pão para seus outros filhos e netos  percebo que apenas as crianças riem, que o vovô ao querer levantar sua xícara perde as forças, que mamãe engole um ar seco seguido de um sorriso apagado, vejo papai abaixar o jornal em meio às lagrimas olhando para onde estou sentado atentamente, mas seu olhar parece que me atravessa e como sou curioso eis que sou olho para traz e me vejo deitado sobre um caixão, com uma rosa nas mãos. Lindo mais pálido com um sorriso no rosto,todo maquiado e com algodão no nariz, fiquei angustiado, pois assim como eu iria conseguir respirar? De olhos fechados e bem vestido com meu terno, com meu melhor perfume...mal esqueci do cheiro do café recém saído me lembrei  ao olhar toda a família junta, olhando através de mim na cadeira. Fazia tempo que não tomávamos café juntos, agora entendo o porque das crianças rirem, elas eram as únicas que podiam me sentir ali , mesmo que não sentado como deveria ser, desapareço aos poucos.
 Tenham todos um ótimo café...e vovô, não vá me queimar a língua.
" nos sentimos só apenas quando nós realmente queremos, você não vê meu terno novo?".

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