domingo, 16 de junho de 2013

Por que ele?


Quando me disseram, achei que era mentira. Gritaram: corre!! seu pai não está bem.
Eram alguns metros de onde eu estava para chegar até ele. Conforme meus pés mau tocavam ao chão enquanto eu corria, sei lá, se passam tantas memórias na cabeça, tantas bobagens, você até briga com Deus perguntando o porquê disso, logo com uma pessoa tão boa?
Cada vez mais perto avisto ele , me aproximo e olho naqueles olhos azuis cheios de esperança e mesmo com toda dor ainda sim me confortam...
me sinto o ser mais fraco e o mais forte do mundo...
me sinto impotente não podendo fazer nada, mais também me sinto bem por saber que quando ele me viu se sentiu feliz.
Como pode ainda desse jeito ele me ensinar? Depois de tantos anos?
Dessa vez foi diferente, eu pegava em suas mãos achando que iria ser a última vez,pois Deus não pode "brincar" tanto assim com uma pessoa tão querida e do bem! Já seria demais... a quarta vez?! Ficava eu me perguntando e pensando nisso...
Enquanto dirigia meu carro rumo ao hospital, em meio aos meus tolos pensamentos, ele apertava a minha mão e tentava me dizer algo, só que não saia, foi então que seus olhos se voltaram para o rosário que carrego no meu carro e apontou com seu dedo, mesmo incapacitado...
Essa imagem eu vou carregar pra sempre comigo, a imagem da fé em minha frente e eu não enxergava.
Agora, pouco tempo após tudo isso acontecer, não tenho nenhuma pergunta para fazer à Deus, só quero saber se ele me dará a resposta que preciso. 
Se for para ter alguém da minha família ai agora, que seja eu...Deixe meus irmãos com sua família, deixe meu pai com minha mãe...por favor, me escolha...mais se for da tua vontade eu irei entender, nós já conversamos sobre isso. 
Se dor for tudo o que eu tenho para oferecer, que se transforme em amor e que chova ternura e felicidade, aos quatro cantos do mundo, que seja por um segundo ou pela eternidade. Obrigado por ler isso comigo, e sorrir assim como eu ao chegar ao final, lágrimas também podem aguar lindas flores, ou matar a sede dos desacreditados. Estou matando minha sede agora, assim como fiz no carro um pouco antes...
De mãos dadas, sempre haverá esperança, se houver fé e amor.



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