Descobri que as rosas não falam, elas cantam... se mal cuidadas, elas derrubam lágrimas e sangue...
Continuo cuidando bem do meu jardim, onde há apenas uma rosa, de sete cores, cheia de espinhos e toda ciumenta.
Ela muda de cores conforme está seu humor e adivinhe? Eu até hoje não descobri quais as cores certas para me aproximar e dialogar com ela, pois ainda estou tirando seus espinhos, quero deixá-la a mais bela.
Faço ela se sentir a última rosa do mundo, mais ela sabe que ainda existem outras flores, mas mesmo assim ela sabe me encantar, fica amarela quando o sol bate e azul quando chega o luar, toda branca quando chove, vermelha quando passo por perto, roxa quando me afasto, laranja quando quer me chamar a atenção e quando estou longe, ela fica lá, toda cor-de-rosa...até os espinhos somem de vista...convenhamos, ela sabe me conquistar.
Mais uma vez uma certa menina, passou toda descabelada perto de mim enquanto eu aguava minha amante, minha namorada de "jardim"... seus olhares pareciam que brilhavam conforme ela rodeava pela flor que era pra ser apenas minha. Ela carregava uma boneca, que arrastava os pés no chão e rodeava minha flor, mesmo sem querer saber se iria se molhar. O sol saiu, minha flor não mudou de cor, andei uns passos para traz e ainda sim minha flor não mudou de cor, só ai então percebi que os espinhos haviam caídos e já era hora de passá-la pra alguém que mostrava pureza, que saltitava em meios aos espinhos e não se machucava, pois na verdade ela flutuava em frente ao meu olhar... tirei a minha rosa que mantinha em cada pétala uma cor diferente,olhei para ela como se fosse a última vez que fosse ver... com todo o cuidado dei para a menina de cabelos levados de acordo com o vento que vinha do sul...a menina sem me dizer nada, aceitou e me deu sua boneca, que ao reparar bem ,vi que precisaria de alguns tratos, uns reparos.
Me virei, com a boneca no colo e entrei para dentro, a primeira coisa que fiz foi colocar ela bem perto do meu coração e pensei no amor em que ali havia.
Comecei a arrumar a boneca, tratá-la bem, e lhe fiz vestidos de várias cores, vocês sabem quais eram as cores? As mesmas da minha rosa, que já não era minha, mais ainda me faz pensar em amar. Depois de pronta, toda linda e de cabelos arrumados e vestido colocado, eis que passa outra vez a mesma menina, saltitando com sete rosas na mão, uma de cada cor...ela entra , me dá suas rosas , pega sua boneca e apenas sorri para mim, como se dissesse obrigado por eu ter cuidado de sua boneca.
Como de costume plantei as sete rosas em meu quintal e só depois percebi que quem deveria agradecer a menina era eu, pois em poucos dias , conforme saia o sol e a lua, ou como eu andava e me afastava ouvia uma sinfonia feitas pelas cores, lotadas em meu agora não mais "pequeno" jardim. Tocavam todos os tipos de som que meu coração queria ouvir, mesmo com chuva, sol, perto ou distante, era só eu fechar meus olhos e imaginar.
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