segunda-feira, 1 de julho de 2013

coroa e alzheimer


"O que mais você quer de mim, além de arrancar meus braços, de deixar cego , tirar minhas roupas e me deixar caminhar em meio aos cactos?
Não preciso de dor física, não preciso de cicatrizes para me lembrar. Se quiser mesmo me fazer sofrer dê um passo para trás e caia nesse precipício. Você é meu ponto fraco, minha dor". Palavras ditas num momento antes.
Posso viver sem te enxergar, sem te tocar, só não posso viver sabendo que não tinha braços para te abraçar e não deixar você cair, que meu coração não me guiaria até você.
De todas as doenças  que pude escolher quando esfreguei a lâmpada magica, foi alzheimer minha escolha certa, já que não poderia ter a morte, se eu me matasse voltaria desde o começo, esse foi o trato assinado com sangue.
Não me lembrar de mais nada, nem do meu nome, viver em uma escuridão rezando para não ficar surdo, esperando entardecer ao ouvir os pássaros cantar e saber que já posso dormir, meus olhos já estão fechados.
Minha dúvida fica se ainda consigo derrubar lágrimas, pois dor eu esqueci o que é, já virou rotina me esquecer...
Uma história triste, com final lamentável, um caixão e flores, coroas e mais coroas, nenhuma rainha, apenas um rei no qual foi posto ali para reinar, mais de tão "cego" perdeu os braços nas mãos de outra mulher, e se tornou cego ao não ver que em sua casa havia harmonia.
No final a verdadeira coroa prevaleceu e a visão então se tornou tão clara em sua mente que já não poderia voltar atras, afinal ele iria se esquecer mesmo.

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